Artigo Científico

UMA ANÁLISE SOBRE A COMPRESSÃO PNEUMÁTICA E CRIOTERAPIA PARA RECOVERY EM ATLETAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA - Volume 5. Número 1. 2025 e-ISSN 2764-4006 DOI 1055703 

UMA ANÁLISE SOBRE A COMPRESSÃO PNEUMÁTICA E CRIOTERAPIA PARA RECOVERY EM ATLETAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

An Analysis Of Pneumatic Compression And Cold Water Immersion For Recovery In Athletes: A Systematic Review

Renan de Freitas Moreira¹, Diogo Allan Ferreira de Albuquerque², Maria Fernanda Marinho Rodrigues³, Maria Nadiele Afanazio Góis4, Mateus Santos do Nascimento5, Judson Wallace Rodrigues da Silva6, Nailson José dos Santos Silva7, Maria Nadiane Atanazio Gois8


Endereço correspondente: renanfreitas0303@gmail.com 

Publicação: 28/01/2025

DOI: 10.55703/27644006050104

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RESUMO

A recuperação dos atletas é crucial para aumentar o desempenho e prevenir lesões, restaurando homeostase corporal após atividades intensas. Estratégias como sono, nutrição, hidratação, massagem, imersão em água fria (IAF) e compressão pneumática intermitente (CPI) são amplamente utilizadas para aliviar inflamações, dores musculares e promover regeneração. Este estudo tem o objetivo de comparar ambas técnicas na reabilitação de atletas, destacando mecanismos fisiológicos e parâmetros para subsidiar pesquisas futuras, com ênfase na IAF e CPI. A investigação foi de 472 estudos, entre 2014 e 2024, em quatro bases de pesquisa, dos quais apenas 8 atenderam aos critérios da escala Jadad e de elegibilidade para uma revisão sistemática qualitativa a fim de se disporem numa tabela. Algumas limitações notadas, como baixo N amostral e heterogeneidade, não impediram os efeitos da IAF com redução de 13% a 22% na dor muscular até 72 horas pós exercício, especialmente em temperaturas mais baixas e aplicações mais prolongadas, no entanto, com impacto limitado na melhoria funcional e marcadores inflamatórios. Enquanto a CPI não superou o placebo em força muscular, mobilidade ou alívio da dor, evidenciando a frequência e duração das intervenções insuficientes ou a falta de parâmetros de aplicação na literatura atual. O estudo conclui que, embora a IAF seja considerada eficaz para esportes de resistência e alta intensidade, e a CPI tem eficácia limitada, o proveito dessas técnicas depende da modalidade esportiva e condições de aplicação, sendo recomendado mais pesquisas para estabelecer parâmetros ideais. Esta pesquisa não recebeu qualquer financiamento. ORCID iD: 0009-0003-8623-398X

Palavras-chave: Recuperação; Imersão em água fria; Compressão pneumática intermitente; Crioterapia; Desempenho esportivo

ABSTRACT

Athlete recovery is crucial to improving performance and preventing injuries, restoring body homeostasis after intense activities. Strategies such as sleep, nutrition, hydration, massage, cold water immersion (CWI), and intermittent pneumatic compression (IPC) are widely used to alleviate inflammation, muscle soreness, and promote regeneration. This study aims to compare both techniques in athlete rehabilitation, highlighting physiological mechanisms and parameters to support future research, with an emphasis on CWI and IPC. The investigation included 472 studies, conducted between 2014 and 2024, across four research databases, of which only 8 met the Jadad scale and eligibility criteria for a qualitative systematic review to be presented in a table. Some noted limitations, such as a small sample size and heterogeneity, did not hinder the observed effects of CWI, showing a 13% to 22% reduction in muscle soreness up to 72 hours post-exercise, especially at lower temperatures and with longer applications; however, with limited impact on functional improvement and inflammatory markers. Meanwhile, IPC did not surpass the placebo in muscle strength, mobility, or pain relief, evidencing insufficient intervention frequency and duration or the lack of application parameters in the current literature. The study concludes that, although CWI is considered effective for endurance and high-intensity sports, and IPC has limited efficacy, the benefits of these techniques depend on the sports modality and application conditions. Further research is recommended to establish ideal parameters. This research did not receive any funding. ORCID iD: 0009-0003-8623-398X

Keywords: Recovery; Immersion in cold water; Intermittent pneumatic compression; Cryotherapy; Sports performance

INTRODUÇÃO

A recuperação (Recovery) em esportistas de alto nível é um processo crucial para otimizar o desempenho esportivo e minimizar o risco de lesões. Ela pode ser definida como o conjunto de estratégias e práticas que os treinadores, fisioterapeutas e desportistas adotam para restaurar e regenerar seus sistemas físicos e psicológicos após treinos intensivos, competições ou outras atividades esportivas. Deste modo, pode-se destacar que o recovery é essencial para todo programa de condicionamento, e a reabilitação pós-exercício restaura todos os sistemas do corpo, levando-o de volta a homeostase (1).

A recuperação também atua na redução da fadiga causada pelo esforço intenso, como a dor muscular de início tardio (DMIT), na prevenção de lesões por conta da rotina muitas vezes conturbada dos atletas, com as pressões exercidas no corpo dos competidores durante jogos intensos, viagens, ritmo circadiano descontrolado e momentos de revitalização curtos (2).

Dentre outros pontos destacáveis do recovery na vida do desportista, as estratégias utilizadas são das mais simples, como sono de qualidade, nutrição adequada, hidratação, descanso, recuperação passiva ou ativa com fortalecimento muscular (3), reparação intervalada nos treinos de alta intensidade, massagem, contraste, etc. (4).

Dito isso, é importante salientar as diferenças em ambas as técnicas de recovery, sendo que a IAF leva à vasoconstrição de vasos, artérias e um resfriamento intramuscular que teoricamente proporciona ao indivíduo uma redução na DMIT (5), inflamação local (6), dor e nos espasmos musculares (7), dando condicionamento para relaxamento e reparação de fibras musculares suficientes para retorno até imediato à prática esportiva (8).

Quanto à CPI, seu efeito pode-se dizer o contrário, sendo que a mesma leva a uma vasodilatação de veias e artérias que aumenta o fluxo venoso de membros inferiores para regiões centrais do corpo, levando consigo resíduos como o lactato da musculatura, o que dá ao esportista a oportunidade de um bom recovery de DMIT´s (9).

Existiam duas hipóteses antes da realização da pesquisa, em que ambas as técnicas não apresentariam estudos que comprovem eficácia verdadeira em questões fisiológicas no seu uso a longo e a médio prazo para desportistas de alto nível em todos os esportes ou que existe um acordo no que tange à aplicação e à predileção de desportistas pelos procedimentos, bem como o tempo de ação e os motivos fisiológicos ou psicológicos que direcionam a escolha de determinada técnica para um recovery bem-sucedido.

Seguindo a metodologia atual da Prática baseada em evidência (PBE) na fisioterapia, avalia criteriosamente a condição do paciente e desenvolve um plano de tratamento individualizado, sob medida, para ajudar o paciente a atingir seus objetivos no esporte. E como citado, ambas as técnicas têm algum respaldo na literatura, embora se encontre muita divergência a respeito da real qualidade de ambas (10).

Pensando nessas inúmeras técnicas, dois métodos de recovery que têm ao longo dos anos reconhecimento entre clubes e praticantes esportivos, a crioterapia, que tem a imersão em água fria (IAF) como principal enfoque e a compressão pneumática intermitente (CPI), e como eles podem atuar nesse processo de reparação, bem como suas aplicabilidades clínicas. (11-12). Assim, o objetivo deste estudo é analisar as diferenças de aplicabilidade entre a crioterapia e a CPI no recovery de competidores nos derivados esportes, detalhando os mecanismos fisiológicos e parâmetros das técnicas, fornecendo subsídio literário para futuras investigações em técnicas de recuperação.

 MATERIAIS E MÉTODOS

O seguinte estudo foi realizado por via de um revisor como uma revisão sistemática de literatura, de abordagem quali-quantitativa e descritiva, a fim de destacar a importância das técnicas relacionadas à crioterapia, principalmente a IAF, e CPI, no tratamento fisioterapêutico em desportistas.

PROCEDIMENTO

Para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizadas as combinações e palavras-chave encontradas no deCs (Descritores em Ciências da Saúde), sendo: Fisioterapia, Recuperação, Dispositivos de compressão pneumática intermitente, Atletas e Crioterapia. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: Physiotherapy evidence database (PEDro) e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Cochrane Library e a PubMed.

ESTRATÉGIA DE BUSCA

O planejamento adotado se repetiu nas quatro bases de dados. Foram correlacionados os termos com operador booleano AND, a fim de aumentar a sensibilidade da busca: (1) Fisioterapia e Recuperação e Crioterapia (Physical Therapy AND Recovery AND Cryotherapy), Fisioterapia e Recuperação e Crioterapia e atletas (Physical Therapy AND Recovery AND Cryotherapy AND Athletes ), (3) Fisioterapia e Recuperação e dispositivos de compressão pneumática e atletas (Physical Therapy AND Recovery AND Intermittent pneumatic compression devices AND Athletes )

Para basear as amostras deste estudo, os artigos passaram por critérios de triagem em relação às datas de 1 de Janeiro de 2014 até 1 de Setembro de 2024, onde o último artigo sondado foi adicionado na data de 27 de Outubro de 2024; idioma Português, Inglês e Espanhol; tipo de estudo incluso apenas ensaios clínicos randomizados que abordem como objeto de pesquisa principal a aplicação de técnicas de reabilitação por meio das técnicas de crioterapia IAF e crioterapia de corpo inteiro (CCI) e crioterapia de corpo parcial (CCP). E das técnicas de compressão como CPI e pressão negativa intermitente (PNI) em pacientes esportistas, de qualquer sexo, gênero e idade, independente da prática esportiva.

SELEÇÃO DOS ESTUDOS

            Foram descartadas de imediato as amostras que aparecem em mais de uma base de dados (duplicadas), os que não estiverem disponíveis na íntegra, e aqueles que, após a leitura, não abordam a CPI e/ou a IAF na recuperação desses profissionais. Converteram-se excluídos também os registros identificados como ensaios clínicos controlados e randomizados (ECCR) que ficaram com pontuação abaixo de 3 na Escala de Jadad, que classifica de 3 a 5 artigos de boa qualidade, com baixo risco de viés.

            Após escolhidos, os artigos incluídos no final tiveram os seguintes dados extraídos:

  • Tipo de intervenção e aplicação na amostra. (Crioterapia ou compressão, tempo de aplicação, protocolo escolhido)
  • Objetivo principal do estudo. (Analisar efeitos ou comparação entre técnicas)
  • Resultados mais relevantes. (Reparação muscular, da função, níveis de dor, DMIT, dentre outros)

            AVALIAÇÃO DA QUALIDADE METODOLÓGICA

A escala de Jadad avalia consiste em cinco perguntas a respeito da metodologia dos estudos, que varia de zero a cinco, onde os estudos com valores menores do que três apresentam risco de viés metodológico. É importante salientar que, quando o artigo não especifica metodologicamente um dos itens da escala de Jadad, tal item automaticamente não pontua por ser descumprido (13). Nesta revisão, os artigos ECCR, a pontuação ≥ 3, indica baixo risco de viés e maior qualidade metodológica na escala de Jadad, que pontua de 0 a 5 (14).

Vale ressaltar que os estudos selecionados para essa revisão com Jadad <5 não tiveram seus dados de biomarcadores destrinchados e comparados, a fim de reduzir a heterogeneidade entre os estudos avaliados.

Tabela 1 – Escore de Jadad para estudos randomizados

Fonte: Adaptado de Feitosa (15)

            ANÁLISE DE DADOS

Após passar pelos critérios de inclusão e exclusão de artigos acima citados, em seguida foi realizada uma revisão qualitativa, minuciosa, profunda e analítica com todos eles, onde a leitura das amostras foi na íntegra, corroborando com a inclusão de determinado estudo nas temáticas abordadas nesta revisão, tendo seus dados coletados e dispostos de maneira comparativa em uma tabela, levantando questões que referem aos objetivos, intervenções utilizadas, amostra e aos resultados encontrados nos efeitos da IAF e CPI nos pacientes.

LIMITAÇÕES METODOLÓGICAS

Esta revisão, acaba por constituir limitações. A primeira dificuldade se dá pela heterogeneidade entre os estudos analisados, seja por conta dos protocolos de aplicação, contexto, diferenças metodológicas e dos grupos de pacientes estudados, dificultando a correlação entre eles. A segunda falta notável, é o baixo N amostral dos artigos selecionados, limitando os resultados apresentados. Enfim, houve estudos que não apresentaram cegamento ou duplo-cegamento durante as intervenções, diminuindo o nível metodológico.

RESULTADOS

A investigação conduzida resultou num total de 472 artigos encontrados nos procedimentos de busca, destes apenas 182 permaneceram incluídos após a aplicação das estratégias de busca. Foi feita então a seleção dos estudos por títulos e resumos compatíveis com um total de 25 relatórios presentes até então e, em seguida, 7 foram descartados por elegibilidade, (não disponíveis na íntegra ou estudos de outra natureza que não sejam randomizados). Por fim, foram excluídos outros 10 artigos durante a avaliação da qualidade metodológica, realizada em artigos randomizados, que foram avaliados pela escala de Jadad.

Finalizando as fases de elegibilidade, a soma de 8 trabalhos foi considerada incluída no estudo atual, dispostos na Tabela 2. Já o esquema metodológico do modelo PRISMA de artigos científicos achados é demonstrado na Figura 1.

Figura 1 – PRISMA 2020 diagrama de fluxo para novas revisões sistemáticas que incluíram pesquisas apenas em bases de dados e registros.

Fonte: Autoria própria, adaptado PRISMA. Disponível em: PRISMA 2020 flow diagram — PRISMA statement.

Os 8 artigos considerados incluídos foram lidos na íntegra e investigados, tendo seus objetivos, características, desfechos clínicos da pesquisa e viés por meio da nota Jadad descritos na tabela abaixo.

Tabela 2 – Principais objetivos e resultados dos EECR incluídos.

Autor Título Objetivo Características do estudo Principais resultados e conclusões Jadad
Siqueira, A.F et al. (2018) Multiple Cold-Water Immersions Attenuate Muscle Damage but not Alter Systemic Inflammation and Muscle Function Recovery: A Parallel Randomized Controlled Trial. Investigar os efeitos de múltiplas IAFs na função muscular, marcadores de dano muscular, inflamação sistêmica e degradação da MEC após DMIE.

 

Amostra com 29 participantes homens; com dobra cutânea da coxa maior que 20 mm; idade média de 20 anos; grupo controle com N=15 e grupo IAF= 14 (10°C por 20 min).

 

Em conclusão, múltiplos IAFs atenuaram o dano muscular, mas não alteraram a inflamação sistêmica e a melhora da função muscular.

 

5
Krüger, Malte et al. (2015) Whole-body cryotherapy’s enhancement of acute recovery of running performance in well-trained athletes. Examinar os efeitos de um protocolo da CCI (3 min a –110 ° C) na recuperação aguda e nas principais variáveis do desempenho de resistência durante exercícios intermitentes de alta intensidade em um ambiente termoneutro. 11 atletas homens de resistência num estudo cruzado randomizado; idade média 25,9 anos; grupo placebo com N=6 e grupo intervenção CCI N= 5 ( – 110° C a 3 min).

 

As câmaras criogênicas melhoram a regeneração aguda durante exercícios intermitentes de alta intensidade em condições termoneutras. As melhorias podem ser induzidas pelo aumento da oxigenação dos músculos em atividade, bem como uma redução na tensão cardiovascular e aumento da economia de trabalho em intensidades submáximas. 3
Machado, AF (2017) Dosages of cold-water immersion post exercise on functional and clinical responses: a randomized controlled trial. Comparar os efeitos de duas estratégias de IAF, utilizando diferentes temperaturas da água com recuperação passiva pós-exercício no manejo de alguns marcadores de dano muscular, e observar se alguma das técnicas utilizadas causou efeitos deletérios no desempenho. Foram 60 participantes homens saudáveis; idade média entre 18 e 25 anos; grupo controle com N=20 e dois grupos de intervenção IAF1 com N= 20 (15 min a 9°C) e IAF2 N= 20 (15 min a 14°C).

 

 

Os grupos IAF agiram de forma mais eficiente para dor muscular e desempenho considerando o tempo de melhoria observado. Nenhuma evidência foi encontrada para sugerir relação dose-resposta e efeitos deletérios. 5
Abaïdia, Abd-Elbasset et al. (2017) Recovery From Exercise-Induced Muscle Damage: Cold-Water Immersion Versus Whole-Body Cryotherapy. Comparar os efeitos do IAF e do CCI na cinética de recuperação após dano muscular induzido pelo exercício. Estudo cruzado randomizado; amostra com 10 homens fisicamente ativos; idade média de 23,4 anos; sem lesões prévias; grupo CCI com N=5 (3 min a -110°C) e grupo IAF= 14 (10°C por 10 min). O IAF foi mais eficaz do que o CCI na aceleração da cinética de recuperação para o desempenho do contramovimento-salto em 72h após o exercício. O IAF também demonstrou menor dor e níveis mais altos de regeneração percebida em 24 a 48 horas após o exercício. 3
E. Hohenauer (2018) Cold-water or partial-body cryotherapy? Comparison of physiological responses and recovery following muscle damage. Comparar as respostas fisiológicas após IAF e CCP e os efeitos na recuperação após um protocolo de lesão muscular (5 × 20 drop jumps). Amostra composta de 19 homens saudáveis; idade média de 25,9 anos; grupo CCP com N=10 (pré-resfriamento de -60°C em 30 seg, e resfriamento a -135°C por 2 min) e grupo IAF= 9 (10°C por 10 min). O IAF teve um impacto maior na resposta fisiológica em comparação com o CCP. No entanto, ambos os tratamentos resultaram em perfis de reparação semelhantes durante um período de acompanhamento de 72 horas. 3
Krüger, Malte et al. (2019) Whole-body cryotherapy (-110°C) following high-intensity intermittent exercise does not alter hormonal, inflammatory or muscle damage biomarkers in trained males. Examinar os efeitos agudos de uma única sessão de CCI após exercícios de corrida intermitente grave em biomarcadores de inflamação, dano muscular e estresse. Análise cruzada balanceada com 11 atletas homens de resistência; idade média 25,9 anos; grupo placebo com N=6 e grupo intervenção CCI N= 5 ( – 110° C a 3 min) Os resultados deste estudo sugerem que os mecanismos fisiológicos postulados pelos quais os leucócitos são propostos para melhorar a recuperação, ou seja, reduções na inflamação e danos musculares, podem não ser precisos.

 

 

3
Dantas, G. et al. (2019) Cold-Water Immersion Does Not Accelerate Performance Recovery After 10-km Street Run: Randomized Controlled Clinical Trial. Analisar os efeitos do IAF na regeneração de marcadores de dano muscular após uma corrida de rua de 10 km. 30 corredores de rua recreativos saudáveis; idade média de 33 anos; grupo controle com N=10, (descanso por 10 min), imersão com N=10  (10 minutos imersos em água sem gelo em temp ambiente) e IAF com N=10  (10 min a 10ºC). O IAF de 10 min a 10°C não foi mais eficaz do que a imersão em água e o repouso na regeneração de marcadores de dano muscular após corridas de 10 km. 5

Legenda: Siglas utilizadas. MEC – membrana extracelular; DMIE – dano muscular induzido pelo exercício; CCI – crioterapia de corpo inteiro; CCP – Crioterapia de corpo parcial; IAF – imersão em água fria; CPI – compressão pneumática intermitente; PNI – pressão negativa intermitente.

Fonte: Autoria própria.

Os estudos analisados evidenciam que a crioterapia, em suas diversas formas, e a CPI  apresentam resultados variáveis na reparação muscular, com sua eficácia a depender do contexto desportivo e dos parâmetros aplicados. A IAF demonstrou eficácia na redução da dor muscular, especialmente até 72 horas após o exercício, com melhorias de 13% a 22% na percepção de dor e no tempo de revitalização. Contudo, sua eficácia foi limitada na otimização funcional, neuromuscular e na modulação de marcadores como a CK, particularmente em condições de longa duração e temperaturas menos agressivas. A aplicação de maior duração e temperaturas mais elevadas apresentou melhores resultados na regeneração muscular e nos marcadores inflamatórios.

A compressão mecânica, que inclui a técnica analisada por esse estudo, a CPI e a PNI, não demonstrou superioridade em relação aos grupos placebo na reabilitação de força muscular, mobilidade articular ou redução de dor até 48 horas após o exercício. Apesar de hipóteses teóricas que apontam para um possível aumento da perfusão tecidual como um mecanismo de ação, é bem possível que nos estudos aqui descritos que a frequência e a duração das intervenções podem ter sido insuficientes para alcançar benefícios mensuráveis, especialmente em modalidades aeróbicas.

O mais intrigante de se verificar nos presentes artigos, é que dois deles fazem suas comparações entre IAF e CCI ou CCP, onde a IAF apresentou resultados fisiológicos superiores, tendo maior transferência de calor, reparação e um impacto mais perceptível em marcadores fisiológicos e na recuperação percebida pelos desportistas, sendo que a CCI e CCP demonstraram resultados mais modestos.

DISCUSSÃO

Os estudos evidenciados apresentam limitações comuns, sendo que os de classificação Jadad =3, apresentam uma amostra de tamanho menor, ausência de grupos de controle ou de recuperação ativa, dificuldades em cegar os participantes quanto ao método utilizado. Além desses fatores, a falta de medições de temperatura muscular e cutânea, bem como a exclusão de biomarcadores inflamatórios e hormonais adicionais, limitou a análise mais detalhada dos efeitos das intervenções.

Já nas pesquisas de pontuação mais elevada, Jadad =5, as limitações incluem possivelmente a restrição a jovens saudáveis, dificultando a especificação para esportistas, mas com certeza a ausência de medições detalhadas, como biópsias musculares e temperatura intramuscular, dificultaram os resultados. A baixa especificidade nos tipos de exercício e a exclusão de dados sobre as expectativas também podem ter gerado efeitos psicológicos sobre os resultados.

Torna-se imperativo um período de reabilitação adequado em que os esportistas possam se regenerar completamente. A reparação dos tecidos musculares danificados, a restauração do equilíbrio hormonal e a redução da inflamação são prioridades para maximizar o desempenho, onde as estratégias de renovação variam de atleta para atleta, dependendo de fatores como idade, modalidade esportiva, intensidade de treinamento e carga de competição (3).

Um bom exemplo são os dados em esportes de extenuante esforço físico, como o futebol. Laux, et al., nos dizem que, por conta dos fatores citados acima, ausência de estratégia ou da aplicação incorreta da mesma leva a 43,2% das lesões numa equipe serem musculares e tendinosas, com maioria nos membros inferiores, onde 22,7% delas ocorrem por uso excessivo e não causa traumática.

A tecnologia acaba por levar um papel crescente na gestão da regeneração dos praticantes de alto nível, como exemplo os dispositivos de CPI que são facilmente aplicáveis, até mesmo pelo paciente (12), e a crioterapia que leva a efeitos fisiológicos de diminuição da temperatura corporal, de pele e tensional presentes (16).

CRIOTERAPIA

Com esse intuito, os resultados apresentados pelo presente estudo discutem os efeitos das técnicas de crioterapia como IAF, CCI, CCP e das compressões mecânicas CPI e PNI, ao nível de parâmetros fisiológicos e subjetivos relacionados a reparos musculares e ao desempenho atlético de alto rendimento.

A imersão fria é uma prática amplamente utilizada por atletas de alto nível, seguindo a linha de que “A melhoria contínua do nível da competição desportiva moderna obriga a reformas contínuas e atualizações constantes na teoria do treino desportivo” (4).

No tangente à aplicabilidade da técnica, envolve submergir o corpo em água fria, geralmente a uma temperatura entre 10 °C e 15 °C, por um período determinado de 10 a 20 minutos que geralmente apresenta bons resultados, mas não satisfatórios para o alto rendimento, sendo que a IAF por 10 min. à 10 °C parece ser a preferida no caso de um recovery imediato e passivo e acima dos 30 min de 10° a 20° C de aplicação se atenuam os processos inflamatórios causados pelo exercício (17-18).

Existe uma variedade de relatos não mensuráveis que apresentam mais eficazes as aplicações entre 11° a 15° C e 11 a 15 min para efeitos de redução de fadiga muscular, dor percebida, inflamação local e atividade muscular melhorada (18), porém Machado et al (19) não encontraram uma relação clara entre tempo e temperatura durante a IAF na resposta fisiológica, mas indicou que uma aplicação a 14°C por 15 minutos proporcionou reparação mais rápida de dor muscular e uma melhor percepção de regeneração até 72 horas após o exercício, sem possíveis efeitos deletérios.

Porém, não somente o efeito semanal é notado, mas também o efeito imediato. Logo após a atividade extenuante, o desportista pode necessitar de uma vantagem biomecânica sobre seus adversários depois de uma breve pausa. Nesse sentido, a IAF de membros inferiores aplicada em 3 minutos a 15°C pode corroborar para ganho de sprint, redução na perda de agilidade e progresso na tensão percebida, mas não na reabilitação (16).

Machado et al., também observaram os efeitos da IAF, medindo variáveis como CK, dor muscular, limiar de dor, percepção de recuperação e contração isométrica voluntária máxima (CIVM). Resultados significativos foram encontrados para todos os desfechos (P < 0,001), tendo uma regeneração mais precoce das dores musculares nos grupos IAF, que apresentaram classificações de dor mais baixas imediatamente após utilizar. O estudo também observou uma recuperação mais precoce em relação à CIVM para o grupo IAF2 (15 min a 14°C) em comparação com os grupos controle e IAF1 (15 min a 9 °C), mas não foi identificada interação significativa de grupo e tempo.

Dentre outras mudanças que poderiam ser avaliadas, estão os níveis de lactato desidrogenase, de dor muscular percebida e até aumento da força muscular dentro de 24 horas após sua aplicação em 6° C (20), já numa aplicação à 10 ºC temos melhora presente nos valores da DMIT num prazo de 72 horas, o que nos sugere que esse é prazo máximo para obtenção de resultados fisiológicos vindos da IAF (21).

Esses dados corroboram com o presente estudo onde de acordo com Abaïdia et al. (22), a IAF foi mais eficaz do que a CCI para reduzir dor muscular até 48 horas e CK em 72 horas, usando 10 minutos a 10°C comparado com 3 minutos a –110°C, onde esse efeito benéfico da IAF foi atribuído à combinação de frio e pressão hidrostática, que aumentou o coeficiente de transferência térmica.

Siqueira et al. (23), investigaram os efeitos da IAF em diferentes variáveis, como força muscular, altura do salto vertical, espessura muscular, DMIT, creatina quinase (CK), proteína C reativa (PCR), citocinas inflamatórias e atividade da metaloproteinase-2 (MMP-2). Nos seus resultados, em 24 horas, a espessura muscular do grupo IAF retornou à linha de base e foi significativamente menor do que no grupo controle (p = 0,04). Além disso, a DMIT retornou à linha base em 168 horas para o grupo IAF, mas não para o controle (p = 0,008). Embora o pico de CK tenha mostrado diferenças entre os grupos, com um aumento maior no grupo controle (p = 0,016), não houve de fato efeitos significativos em relação à potência muscular, altura do salto vertical e atividade da MMP-2.

Ainda nesse raciocínio de Siqueira et al., o atual estudo leva a crer que a IAF foi eficaz na redução do DMIT, na atividade de CK e na espessura muscular, porém foi ineficaz na regeneração da função muscular e na inflamação sistêmica. Sendo sugestivo que a aplicação consecutiva e menos agressiva (com temperaturas mais altas e maior tempo de aplicação) mostrou-se promissora para melhorar marcadores como CK e dor muscular a longo prazo.

(…) O IAF resultou em um declínio significativo nas características subjetivas (dor muscular de início tardio e percepção de esforço às 0 h); O CWI reduziu significativamente o salto com contramovimento (CMJ) às 0 h, a creatina quinase (CK) foi reduzida às 24 h e o lactato às 24 e 48 h. Não houve evidência de que o CWI afete a proteína C reativa (PCR) e a IL-6 durante um período de recuperação de 48 horas, Xiao, Feiyan et al (24).

Dantas et al. (25), reforçam os achados de Machado et al., onde ambos não encontram interações tempo/grupo significativas em nenhuma das variáveis avaliadas após a aplicação da intervenção IAF.

Os resultados de Dantas et al., mostraram que a IAF reduziu o desempenho funcional, mas não alterou a concentração de lactato nem a CK. O estudo também não encontrou efeitos significativos no desempenho funcional ou na CK após a aplicação da IAF (10 minutos a 10°C). A reabilitação com IAF foi associada a uma percepção subjetiva de melhora, mesmo sem alterações objetivas nos marcadores fisiológicos, salientando que, embora a IAF reduza a dor muscular (13%-22% de melhora), não foi eficaz na regeneração funcional, torque neuromuscular ou CK após uma corrida de 10 km com 10 min a 10°C.

Mesmo assim, Machado et al., observaram que a IAF teve um impacto significativo na dor muscular e percepção de reparação, enquanto Dantas et al., não encontraram efeitos significativos em termos de desempenho funcional ou biomarcadores como CK e lactato. Também Siqueira et al., localizaram uma redução na CK mais acentuada em comparação com o controle.

Siqueira et al., e Machado et al., sugerem que parâmetros mais longos e menos agressivos apresentam mais benefícios, enquanto Dantas et al., questionam sua eficácia para recuperação funcional imediata em atletas de resistência.

Essa discrepância pode ser atribuída ao tipo de exercício e protocolo de imersão utilizados nos estudos aqui explorados, sendo que Dantas et al., focaram em corredores de 10 km, enquanto Machado et al., avaliaram a restauração em um contexto mais amplo de variáveis fisiológicas, com diferentes temperaturas de imersão, sugerindo que os efeitos da IAF podem ser mais evidentes em alguns contextos e tipos de exercícios, onde a intensidade e duração do tratamento pode estar também relacionada, assim como os realizados no estudo de Siqueira et al., que ao ter incluído exercícios com maior intensidade ou características que favorecem a reparação da CK

No entanto, podemos dizer que a eficácia da crioterapia pode variar de acordo com a individualidade de cada atleta e o momento em que é aplicada após o treinamento, Segundo Wilcock; Cronin; Hing (7) “Temperaturas de água muito frias podem ser melhores apenas de forma localizada para tratar lesões agudas e reduzir a inflamação, em vez de serem usadas como estratégia de regeneração”, isso numa análise mais subliminar para a época.

Por conta disso, há uma controvérsia existente na relação IAF e o efeito placebo (26), onde os dados nos levam a crer que não existe uma diferença relatada ou bem avaliada entre ambos, quando aplicados em 10 min à 10°C (25), mesmo assim este protocolo tende a ser mais eficaz que uma recuperação passiva, porém não tão distinto a ponto da IAF obter vantagem (27).

Numa correlação dos estudos presentes, pode-se dizer que os estudos sugeriram que a IAF tem benefícios na revitalização muscular, bem como na redução da DMIT e espessura muscular, mas as evidências são mistas quando se trata de marcadores fisiológicos como CK e desempenho funcional. A intensidade, duração e o tipo de exercício realizado são fatores-chave que podem influenciar a eficácia da IAF.

É de se notar que nenhum tipo de aplicação com um profissional apresenta algum tipo de efeito deletério, no máximo placebo em alguns casos, onde se levanta a questão da importância psicológica da técnica em pacientes, que pode auxiliar a aumentar os ganhos da técnica independente do protocolo de aplicação.

Ainda no âmbito das crioterapias, Hohenauer et al. (28), corroboraram com a superioridade da IAF sobre a CCP em efeitos fisiológicos, o que indica que a transferência térmica da água é significativamente maior do que a do ar. No entanto, os efeitos subjetivos de percepção de melhora entre IAF e CCP foram semelhantes.

Bouzigon et al. (29), descrevem as tecnologias atuais para a CCI e a CCP. A CCI, também conhecida como câmara criogênica, consiste em dispositivos que incluem de uma a três salas onde o indivíduo permanece por 1 a 4 minutos, com o corpo completamente exposto a temperaturas extremamente baixas. Esses dispositivos operam por refrigeração mecânica baseada em ciclos de compressão de vapor com refrigerantes ou fluidos criogênicos, como o nitrogênio líquido, amplamente utilizado em diversas indústrias. As câmaras de CCI podem ser frias, estáticas ou de convecção forçada, sendo projetadas para evitar anóxia por meio de injeções indiretas que resfriam todo o corpo.

Por outro lado, a CCP, chamada também de criosauna, é adaptada para o uso individual. Nesse caso, o fluido criogênico é injetado e vaporizado ao redor do corpo, com a particularidade de que a cabeça permanece fora do ambiente gasoso, preservando a respiração.

Uma revisão conduzida por Ihsan et al. (30), destaca que a periodização da reabilitação, utilizando terapias frias, pode melhorar o desempenho dos mesmos. Contudo, esses autores recomendam evitar a utilização de CCI após treinos voltados para potência muscular ou hipertrofia. Bouzigon et al., complementam que os dados disponíveis não indicam impactos negativos no desempenho aeróbio devido à exposição repetida ao frio, tornando a técnica adequada em situações de fadiga intensa.

Em seu estudo, Bouzigon et al., também alertam que a redução no desempenho muscular pode estar associada a um efeito negativo do frio sobre a hipertrofia muscular e a síntese proteica. Nos períodos em que se busca hipertrofia muscular significativa, segundo o mesmo, não se recomenda o uso de freio. Por outro lado, durante as fases de sobrecarga ou competições, o frio pode ser benéfico. Enfatiza-se que os estudos que embasam essas observações se baseiam em banhos frios.

Segundo Lombardi, Ziemann e Banfi (31), a crioterapia de corpo inteiro (CCI) não apenas tem efeitos terapêuticos, mas também age preventivamente contra inflamações e dores induzidas pelo exercício. Fatores como a massa de gordura e o nível de condicionamento físico inicial influenciam a eficácia do resfriamento. Além disso, a CCI apresenta efeitos semelhantes aos do exercício ao modular a expressão de miocinas, mostrando-se promissora no tratamento de condições metabólicas como obesidade e diabetes tipo 2.

Krüger et al. (32), seguem essa linha afirmando que a CCI melhora o desempenho em atletas aeróbios em condições termoneutras, reduzindo o estresse térmico e otimizando a recuperação cardiovascular. Foram identificadas respostas fisiológicas como vasoconstrição periférica, redução da frequência cardíaca e maior oxigenação muscular, mas não houve impacto significativo na reparação tecidual imediata.

Os autores destacam que, apesar de a CCI nem sempre induzir mudanças bioquímicas significativas, seus resultados clínicos, como redução de dor, desconforto e estresse, são frequentemente superiores quando comparados a outras estratégias de reabilitação. Por outro lado, Krüger et al. (33), indicam que a CCI em uma única sessão não teve efeitos significativos em biomarcadores inflamatórios ou de dano muscular em comparação à recuperação passiva.

Lombardi, Ziemann e Banfi (31) também enfatizam que o efeito médio da CCI na regeneração de pessoas treinadas é modesto. Entretanto, sob condições específicas, como a restauração pós-exercício de alta intensidade, os resultados são mais positivos, incluindo melhorias significativas mesmo entre profissionais de ponta.

As considerações aqui ponderadas, entretanto, convergem ao destacar a funcionalidade da CCI em promover benefícios ao desempenho cardiovascular, mas divergem em relação aos efeitos na regeneração muscular. Enquanto Krüger et al. (32), mostraram potencial de reintegração em múltiplas sessões, Krüger et al. (33), sugerem que os benefícios agudos são limitados. Estudos analisados pelos autores mostram que os benefícios da CCI após exercícios excêntricos ou de resistência dependem da periodicidade das sessões. Segundo eles, uma única sessão não produz resultados relevantes, enquanto que possivelmente de 20 a 30 sessões consecutivas são recomendadas para obter melhoria hematológica e imunológica completa.

Por fim, os autores alertam que protocolos inadequados podem comprometer os resultados da crioterapia. Mesmo sabendo que os artigos destacados descrevem superioridade fisiológica da IAF em relação à crioterapia baseada em ar (CCI e CCP), concordam que, subjetivamente, a melhora percebida é comparável entre as técnicas. Contudo, as diferenças metodológicas (crossover vs. grupos paralelos e/ou protocolo de aplicação) dificultam comparações diretas.

Apesar disso, mesmo quando alterações bioquímicas significativas não são observadas, os benefícios clínicos constatados, como alívio da dor e do desconforto, justificam sua aplicação como estratégia de regeneração.

COMPRESSÃO PNEUMÁTICA INTERMITENTE (CPI)

A CPI é uma técnica de reabilitação que ganhou destaque na comunidade esportiva de elite por sua aplicabilidade e precificação moderada no mercado. Ela envolve o uso de dispositivos que aplicam pressão sequencial ou não sequencial de forma distal para proximal em diferentes áreas do corpo, geralmente nas pernas (34).

Inicialmente, a CPI foi introduzida no cenário médico como prevenção para problemas com trombose venosa profunda após um tratamento cirúrgico, com o objetivo de aumentar o fluxo venoso de membros inferiores, o que por consequência leva metabólitos em estase na corrente sanguínea (35), podendo promover reparação tecidual.

Devemos levar em conta também a falta de evidências que deem sustentação a uma aplicação exata da CPI para atletas, pois se leva em conta apenas a pressão final aplicada nos estudos e a aplicação prática, cerca de 80 mmHg, apenas a maneira de aplicação sequencial é consenso de utilidade para se proporcionar seus objetivos de elevação do fluxo sanguíneo, redução de edema (34) e diminuição da DMIT (36).

De acordo com Stedge e Armstrong (9), a crioterapia intermitente (PCI) não demonstrou eficácia significativa na redução do dano muscular induzido por exercício (DMIE) em pessoas treinadas em resistência. Embora possa aliviar temporariamente a dor muscular de início tardio (DMIT), esse benefício não se estende por períodos prolongados de recuperação.

Um dos efeitos fisiológicos e práticos notados é o aumento da saturação de O² quando o método é aplicado de maneira curta, além de promover o autocuidado por parte do paciente, que pode entregar um bom feedback da técnica. Dessa maneira, diversas são as aplicações da mesma na clínica esportiva e médica, levando à redução de inflamação e risco de TVP (12).

No entanto, se considera a aplicação ser ou não imediata perante o atleta, em exercícios prolongados ou aplicação com espera de resultados acima das primeiras horas, pode ser errônea.

Mesmo que exista a possibilidade de a CPI ser usada antes da atividade física, preparando a musculatura e possivelmente aumentando o desempenho atlético, levando em conta que em esportes de longa duração existe uma diminuição na DMIT a curto prazo e não proporciona alívio nesse quesito a longo prazo, o que deve ser mais aprofundado em pesquisas posteriores a respeito desse tipo de aplicabilidade e após atividades aeróbicas (9).

Tais dados corroboram com o estudo aqui encontrado, onde Wiecha et al. (37), compararam CPI, PNI e placebo, concluindo que, embora ambas mostrem benefícios teóricos, como a neovascularização muscular, os resultados não indicam melhorias significativas em marcadores bioquímicos ou funcionais na revitalização muscular após exercícios excêntricos. O aumento da dor muscular, bem como as alterações nos níveis de CK, LDH, força muscular e amplitude de flexão, sugerem a limitação dessas intervenções. É possível que, devido ao tempo de aplicação ser insuficiente para gerar efeitos notáveis, sendo assim, novos estudos, com ajustes no tempo e frequência das intervenções, são necessários para validar sua real eficácia. Essa informação destoa dos resultados de Chohan, Ambreen et al., que embora tragam novos achados clínicos, se referem exclusivamente a pacientes com TVP.

As pesquisas continuam a evoluir para determinar a eficácia específica dessa técnica em diferentes esportes e contextos. Também sua aplicação em praticantes de atividade física pode sofrer alterações, sendo utilizada durante o treino e com parâmetros de pressão em 70 mmHg, tempo em 300 ms e fase na diastólica, diferentes das convencionais e com resultados diferentes na oxigenação muscular logo no período de reintegração pós-exercício (38).

Os autores também relatam que, apesar do alívio imediato proporcionado pela CPI, sua eficácia não supera a de intervenções como a massagem. Além disso, esse efeito positivo não se mantém durante o período de reparação de uma a duas semanas, tornando-a pouco eficaz como estratégia única de recuperação funcional ou alívio subjetivo da dor em corredores de longa duração e triatletas. Sendo assim, tanto CPI quanto PNI demonstraram limitações na regeneração de atividades resistidas, levantando a necessidade de estudos mais detalhados com modalidades específicas e em condições mais variadas.

A literatura atual não suporta a CPI como uma intervenção eficiente para promover otimização funcional prolongada ou redução sustentada da dor após eventos volumosos. Stedge e Armstrong (9) sugerem que decisões clínicas relacionadas ao uso da mesma devem ser avaliadas individualmente, até que estudos mais consistentes e robustos ofereçam evidências claras sobre sua eficácia.

Os achados reforçam que as intervenções precisam ser contextualizadas, considerando o tipo de modalidade esportiva e os objetivos de desempenho ou recuperação. Técnicas como IAF podem ser mais vantajosas para esportes de esforço prolongado, enquanto CPI, PNI e CCI podem demandar ajustes no protocolo ou explorar sua aplicação em outras modalidades esportivas. Sessões mais frequentes e com maior individualização devem ser o foco de estudos futuros, considerando sempre as especificidades de cada tipo de corpo e esporte.

Durante a produção deste estudo, nenhum artigo revisado apresentou essa ótica para a aplicabilidade das técnicas, onde se entende que os dados a respeito da IAF sugerem que, ao nível de convalescença de atletas de esforço contínuo, ela é melhor que a CCI. Contudo, futuros estudos não devem analisar simplesmente os parâmetros a serem utilizados em qualquer situação e desportista, mas sim em quem utilizar, por exemplo, num praticante aeróbio, de força, de velocidade, ginasta ou de uma modalidade específica de luta, dentre outros.

É de extrema importância que sejam estabelecidos critérios de aplicação, como protocolos para ambas as técnicas, bem como a diferença de aplicação da mesma em cada esporte, evitando gastos desnecessários e prováveis maus resultados na recuperação ante seus clubes, patrocinadores, academias e equipe médica.

Todos esses fatores aqui acolhidos sugerem mudanças estruturais na PBE da atual literatura e abrem um leque de novos olhares para as questões discutidas, sejam em ensaios clínicos randomizados controlados ou não-controlados, com diferentes intensidades de exercícios, e evitando placebo percebido (24).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados revisados, conclui-se que a IAF apresenta-se como uma técnica eficaz para praticantes de esportes com alta durabilidade e intensidade, especialmente em condições de alta frequência e menor agressividade térmica, com efeitos mais perceptíveis em dor muscular e percepção de melhora. A CCI é mais indicada para regeneração de desempenho cardiovascular que em atletas aeróbicos, e técnicas como CPI e PNI ainda necessitam de ajustes para maximizar seus efeitos, sendo menos eficazes em esportes de volume alto em comparação com IAF ou CCI.

As evidências colhidas sugerem que a eficácia das técnicas investigadas depende fortemente do tipo de modalidade esportiva, condições de aplicação e objetivos específicos. As futuras pesquisas científicas devem continuar considerando modalidades esportivas diversas antes que de fato se discutam parâmetros ideais.

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