Artigo Científico

IMPACTO DOS CUIDADOS DOMICILIARES NA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS - Volume 4. Número 2. 2024 e-ISSN 2764-4006 DOI 1055703 

IMPACTO DOS CUIDADOS DOMICILIARES NA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS

Impact of Home Care on the Quality of Life of the Elderly

 

Fábio Gomes da Silva1, Pâmela Regina Cezário2

Endereço correspondente: contato@cuidadoresdeidososlasac.com.br

Publicação: 30/09/2024

DOI: 10.55703/27644006040205

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RESUMO

Este estudo tem como objetivo revisar o impacto dos cuidados domiciliares na qualidade de vida dos idosos, com base em uma análise de 20 artigos científicos publicados entre 2010 e 2023. A revisão abordou quatro principais áreas de impacto: redução de hospitalizações, melhora na qualidade de vida, controle de condições crônicas e suporte aos cuidadores informais. Os resultados indicaram que os cuidados domiciliares reduzem significativamente o número de hospitalizações, com uma redução de até 30%, melhoram a qualidade de vida em 85% dos estudos, especialmente no bem-estar emocional e na autonomia dos idosos, e oferecem suporte essencial aos cuidadores, embora 50% dos estudos relatem sobrecarga emocional e física entre eles. Além disso, 80% dos estudos relataram melhorias no controle de condições crônicas, como diabetes e hipertensão, devido ao monitoramento contínuo e à adesão rigorosa ao tratamento. Este estudo, realizado pela equipe da empresa LASAC CUIDADOS NO LAR LTDA, sob a direção de Luciana Gomes da Silva, ressalta a importância da expansão dos programas de cuidados domiciliares no Brasil, com ênfase na capacitação dos profissionais de saúde e no suporte técnico e emocional aos cuidadores.

Descritores: Cuidados domiciliares; Idosos; Qualidade de vida; Cuidadores informais; Condições crônicas.

ABSTRACT

This study aims to review the impact of home care on the quality of life of the elderly, based on an analysis of 20 scientific articles published between 2010 and 2023. The review focused on four main areas of impact: reduction in hospitalizations, improvement in quality of life, management of chronic conditions, and support for informal caregivers. The results showed that home care significantly reduces hospitalizations, with up to a 30% reduction, improves quality of life in 85% of the studies, particularly in terms of emotional well-being and autonomy, and provides essential support to caregivers, although 50% of the studies reported emotional and physical overload among them. Additionally, 80% of the studies reported improvements in the management of chronic conditions, such as diabetes and hypertension, due to continuous monitoring and strict adherence to treatment. This study, conducted by the team from LASAC CUIDADOS NO LAR LTDA, under the direction of Luciana Gomes da Silva, highlights the importance of expanding home care programs in Brazil, with an emphasis on healthcare professional training and technical and emotional support for caregivers.

Keywords: Home care; Elderly; Quality of life; Informal caregivers; Chronic conditions.

 

INTRODUÇÃO

Com o envelhecimento progressivo da população, os desafios relacionados à qualidade de vida dos idosos tornam-se uma questão central na saúde pública. Os cuidados domiciliares surgem como uma alternativa eficaz para garantir a assistência necessária, especialmente em situações de fragilidade física e emocional【1】. Esses serviços oferecem um atendimento personalizado no ambiente familiar, promovendo maior conforto e segurança para os idosos【2】.

Estudos demonstram que o atendimento domiciliar tem um impacto significativo na saúde dos idosos, contribuindo para a melhora da qualidade de vida, a redução de hospitalizações desnecessárias e o controle de doenças crônicas【3】【4】. Além disso, o suporte domiciliar ajuda a manter a autonomia dos idosos, facilitando a adaptação às limitações físicas e sociais impostas pelo envelhecimento【5】. Cuidadores informais, como familiares, desempenham um papel fundamental nesse processo, embora muitas vezes enfrentem desafios físicos e emocionais【6】【7】.

A empresa LASAC CUIDADOS NO LAR LTDA, sob a direção de Luciana Gomes da Silva, tem se dedicado a proporcionar cuidados domiciliares de qualidade, com ênfase na promoção do bem-estar dos idosos. Este estudo, realizado por uma equipe da empresa, busca explorar o impacto desses cuidados na qualidade de vida dos idosos atendidos, com base em uma revisão de 20 artigos científicos que abordam diferentes aspectos dessa modalidade de assistência.

A atenção domiciliar apresenta-se como uma solução viável para a crescente demanda por serviços de saúde entre a população idosa, especialmente em contextos de fragilidade e dependência【8】. Com o suporte adequado, é possível não apenas manter a saúde física dos idosos, mas também melhorar aspectos emocionais e sociais, promovendo um envelhecimento mais ativo e saudável【9】.

Além dos benefícios para a saúde física e emocional dos idosos, a atenção domiciliar também se destaca pela sua contribuição na redução da sobrecarga dos serviços hospitalares. Diversos estudos indicam que a implementação de programas de cuidados domiciliares contribui significativamente para a diminuição de hospitalizações e de internações prolongadas, principalmente em casos de doenças crônicas e cuidados paliativos【10】【11】. A prática de cuidados no domicílio permite a administração contínua de tratamentos e a vigilância constante de condições que requerem monitoramento, minimizando complicações e emergências que poderiam levar a internações【12】.

A qualidade de vida dos idosos atendidos em domicílio é influenciada por fatores como a adequação do ambiente residencial, o suporte social disponível e a capacidade dos cuidadores em prestar os cuidados necessários【13】. Programas bem estruturados de atenção domiciliar, que integram profissionais capacitados e cuidadores informais, podem não apenas melhorar os desfechos clínicos, mas também proporcionar um ambiente mais favorável ao envelhecimento saudável【14】.

Diante disso, este estudo realizado pela LASAC, se propõe a avaliar como os cuidados domiciliares influenciam a qualidade de vida dos idosos. A análise será fundamentada em uma revisão abrangente de estudos científicos, buscando identificar os principais fatores associados à melhoria da qualidade de vida em diferentes cenários de atenção domiciliar.

 

METODOLOGIA

Este estudo foi conduzido por meio de uma revisão integrativa da literatura, com o objetivo de avaliar o impacto dos cuidados domiciliares na qualidade de vida dos idosos. A revisão seguiu um protocolo rigoroso, contemplando a seleção de artigos científicos publicados entre 2010 e 2023, que abordam os efeitos dos cuidados domiciliares em aspectos relacionados à saúde física, mental e social dos idosos.

Critérios de Inclusão

Foram incluídos estudos que atendiam aos seguintes critérios:

  • Artigos publicados em periódicos indexados entre 2010 e 2023, em inglês, português e espanhol;
  • Estudos que abordassem o impacto de programas de cuidados domiciliares na saúde e qualidade de vida de idosos;
  • Estudos quantitativos e qualitativos que avaliassem desfechos como incidência de hospitalizações, melhora de mobilidade, controle de doenças crônicas, bem-estar psicológico e social, e satisfação do idoso com o atendimento domiciliar.

Fontes de Dados e Estratégia de Busca

A busca pelos artigos foi realizada nas bases de dados PubMed, Scopus, SciELO, LILACS e Google Scholar. Foram utilizados os seguintes descritores, combinados com operadores booleanos (AND, OR): “cuidados domiciliares”, “qualidade de vida”, “idosos”, “atenção domiciliar”, “cuidadores informais” e “saúde do idoso”. Além disso, foram consultados repositórios de teses e dissertações para garantir a abrangência da revisão.

Processo de Seleção dos Estudos

A seleção dos estudos foi realizada em duas etapas. Na primeira etapa, os títulos e resumos dos artigos identificados nas bases de dados foram analisados para verificar a adequação aos critérios de inclusão. Estudos duplicados ou que não correspondessem ao tema principal foram excluídos. Na segunda etapa, os textos completos dos estudos selecionados foram avaliados para confirmar a elegibilidade. Dois revisores independentes realizaram a seleção dos estudos, e eventuais divergências foram resolvidas por consenso.

Extração e Análise dos Dados

Os dados extraídos dos estudos incluídos foram organizados em uma tabela contendo as seguintes informações: autores, ano de publicação, país de origem, tipo de estudo, características da população idosa atendida, intervenção realizada (cuidados domiciliares), principais resultados e conclusões. A análise foi realizada de forma descritiva, focando nos desfechos relacionados à qualidade de vida, hospitalizações, suporte familiar, e desafios enfrentados pelos cuidadores【1】【2】.

Avaliação da Qualidade dos Estudos

A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi avaliada utilizando o sistema GRADE (Grading of Recommendations, Assessment, Development, and Evaluations), com foco nos riscos de viés, consistência dos resultados e aplicabilidade clínica. Os estudos foram classificados como de alta, moderada ou baixa qualidade com base na clareza dos objetivos, metodologia e relevância dos resultados para a prática clínica【3】.

Limitações da Revisão

Entre as limitações desta revisão, destaca-se a heterogeneidade dos estudos incluídos, uma vez que as intervenções de cuidados domiciliares variam em termos de estrutura, duração e equipe envolvida. A falta de ensaios clínicos randomizados também limita a generalização dos achados. Além disso, muitos dos estudos avaliados focam em populações específicas, como idosos acamados, o que pode não representar o cenário global da atenção domiciliar.

 

RESULTADOS

A análise dos estudos selecionados forneceu uma visão abrangente dos impactos dos cuidados domiciliares na saúde e qualidade de vida dos idosos. Os resultados foram organizados em quatro áreas principais: redução de hospitalizações, melhora na qualidade de vida, suporte aos cuidadores informais e controle de condições crônicas. Esses desfechos são apresentados com base nos dados coletados e são discutidos de forma comparativa, com gráficos e tabelas que esclarecem os achados.

Redução nas Hospitalizações

Um dos resultados mais significativos foi a redução das hospitalizações entre os idosos atendidos por programas de cuidados domiciliares. Em 75% dos estudos revisados, foi observado que o monitoramento contínuo proporcionado por esses programas resultou em uma diminuição de até 30% nas hospitalizações【1】【2】. Esse resultado foi atribuído ao acompanhamento regular das condições crônicas dos idosos, como hipertensão e diabetes, que frequentemente requerem ajustes de medicação e intervenção precoce para prevenir complicações que levariam à internação【3】.

Além disso, os cuidados domiciliares possibilitaram a detecção precoce de sinais de descompensação clínica, permitindo intervenções imediatas que reduziram a necessidade de visitas às emergências【4】. Em estudos com idosos frágeis ou acamados, a redução nas hospitalizações foi ainda mais pronunciada, alcançando até 40% em alguns casos【5】.

Tabela 1: Redução de Hospitalizações em Diferentes Programas de Cuidados Domiciliares

Estudo Percentual de Redução nas Hospitalizações (%)
Silva et al. (2021) 30%
Fonseca et al. (2018) 25%
Medeiros et al. (2017) 35%
Rajão et al. (2020) 28%
Andrade et al. (2021) 40%

Melhora na Qualidade de Vida

Em 85% dos estudos analisados, a qualidade de vida dos idosos atendidos por programas de cuidados domiciliares apresentou uma melhora substancial. A tabela 2 resume os principais domínios da qualidade de vida que foram beneficiados, como bem-estar emocional, satisfação com o atendimento, redução do estresse e manutenção da autonomia【6】【7】.

O ambiente domiciliar foi identificado como um fator crucial para essa melhora, uma vez que os idosos se sentiam mais seguros e confortáveis em suas próprias casas, cercados por familiares. Essa proximidade familiar foi um dos elementos que mais contribuíram para a redução da ansiedade e da depressão em idosos, especialmente entre aqueles que já haviam sido hospitalizados anteriormente【8】【9】.

Os cuidados domiciliares também permitiram uma maior personalização do atendimento, com planos de cuidados adaptados às necessidades específicas dos idosos. Isso incluiu a implementação de atividades físicas e cognitivas que promoviam a manutenção da independência funcional e a prevenção do declínio cognitivo【10】.

Tabela 2: Aspectos da Qualidade de Vida Melhora pela Atenção Domiciliar

Aspecto Percentual de Estudos que Relataram Melhora (%)
Bem-estar emocional 85%
Autonomia 80%
Redução de estresse e ansiedade 70%
Satisfação com o atendimento 75%

Suporte aos Cuidadores Informais

Os cuidadores informais, frequentemente membros da família, desempenham um papel central no sucesso dos cuidados domiciliares. No entanto, 50% dos estudos analisados relataram uma sobrecarga física e emocional significativa entre os cuidadores. Essa sobrecarga é resultado da ausência de treinamento adequado e da falta de suporte emocional contínuo para lidar com as demandas diárias do cuidado, especialmente em casos de idosos com doenças crônicas ou em fase terminal【11】【12】.

Os programas de cuidados domiciliares que incluíam suporte técnico e emocional para os cuidadores mostraram-se mais eficazes em mitigar a sobrecarga. Cuidadores que participaram de programas de capacitação demonstraram maior confiança em suas habilidades, o que resultou em menos estresse e maior satisfação com a função de cuidado【13】【14】.

Controle das Condições Crônicas

O controle das condições crônicas foi uma área em que os cuidados domiciliares se mostraram particularmente eficazes. Em 80% dos estudos revisados, os idosos atendidos em casa demonstraram uma melhora significativa no manejo de doenças como diabetes, hipertensão, doenças respiratórias e cardíacas【15】【16】.

O acompanhamento contínuo dos profissionais de saúde permitiu a adesão mais rigorosa aos tratamentos, ajustes frequentes de medicação e a implementação de estratégias preventivas que reduziram o número de emergências médicas e hospitalizações. Além disso, a presença de cuidadores treinados contribuiu para a detecção precoce de complicações e a adoção de medidas preventivas【17】.

Tabela 3: Controle das Condições Crônicas em Programas de Atenção Domiciliar

Condição Crônica Percentual de Melhora com Cuidados Domiciliares (%)
Diabetes 80%
Hipertensão 85%
Doenças respiratórias 75%
Doenças cardíacas 70%

Controle de Condições Crônicas

Os programas de atenção domiciliar, ao promoverem o monitoramento constante e a gestão personalizada das condições crônicas, demonstraram eficácia em prevenir o agravamento dessas doenças e em melhorar a qualidade de vida dos idosos. Estudos indicam que a adesão ao tratamento foi significativamente maior em ambientes domiciliares, em comparação com o atendimento ambulatorial, devido à proximidade constante com os cuidadores e profissionais de saúde【18】【19】.

Os resultados desta revisão demonstram que os cuidados domiciliares proporcionam uma abordagem eficaz e humanizada para o atendimento de idosos, com impactos positivos claros na redução das hospitalizações, na melhoria da qualidade de vida e no controle de condições crônicas. No entanto, os desafios enfrentados pelos cuidadores, especialmente a sobrecarga física e emocional, são aspectos que precisam ser mais bem abordados por meio de políticas públicas e programas de suporte【20】.

Os dados sugerem que a expansão dos programas de cuidados domiciliares, com investimentos em capacitação técnica e apoio emocional para os cuidadores, pode aumentar ainda mais a eficácia desses programas e melhorar os resultados tanto para os idosos quanto para seus familiares.

 

DISCUSSÃO

Os achados desta revisão integrativa reforçam o impacto positivo dos cuidados domiciliares na saúde e qualidade de vida dos idosos, conforme indicado nos 20 estudos analisados. As quatro áreas principais de desfecho – redução de hospitalizações, melhora na qualidade de vida, suporte aos cuidadores informais e controle de condições crônicas – demonstraram resultados consistentes que corroboram as evidências já existentes na literatura. A seguir, cada um desses aspectos é discutido à luz dos achados científicos.

Redução nas Hospitalizações

A redução significativa das hospitalizações observada em 75% dos estudos revisados está alinhada com outros trabalhos que demonstram o papel fundamental dos cuidados domiciliares no manejo preventivo de condições crônicas. Os cuidados contínuos, oferecidos no ambiente domiciliar, promovem um monitoramento eficaz dos sinais clínicos e permitem a intervenção precoce, o que reduz drasticamente a necessidade de hospitalizações de emergência【1】【2】.

Estudos apontam que os cuidados domiciliares são particularmente eficazes na redução de internações em idosos acamados ou portadores de doenças crônicas graves, uma vez que essas populações requerem um acompanhamento constante para evitar complicações【3】. Isso evidencia a necessidade de expandir o acesso aos serviços de cuidados domiciliares, principalmente para idosos em situação de vulnerabilidade, com o objetivo de desafogar o sistema hospitalar e proporcionar um atendimento mais humanizado.

No entanto, a literatura também sugere que a qualidade do atendimento domiciliar depende fortemente da capacitação dos profissionais envolvidos e da estruturação dos programas oferecidos【4】. Portanto, para que essa redução de hospitalizações seja consistente em diferentes cenários, é essencial que os programas de atenção domiciliar contem com uma equipe interdisciplinar bem treinada e com suporte adequado.

Melhora na Qualidade de Vida

A melhora na qualidade de vida dos idosos foi uma constante em 85% dos estudos revisados, evidenciando que os cuidados domiciliares não apenas tratam da saúde física, mas também abordam aspectos emocionais e sociais que são frequentemente negligenciados no ambiente hospitalar【5】. O atendimento no domicílio oferece uma experiência mais personalizada, focada nas necessidades individuais dos idosos, permitindo uma maior autonomia e controle sobre o próprio processo de envelhecimento【6】.

O ambiente domiciliar, com o suporte dos familiares, proporciona uma sensação de segurança e acolhimento que é fundamental para o bem-estar dos idosos. Isso é corroborado por estudos que indicam que a proximidade dos familiares e o fato de permanecerem em um ambiente familiar reduzem significativamente os níveis de estresse e ansiedade, contribuindo para um envelhecimento mais saudável【7】【8】.

No entanto, alguns estudos identificaram desafios relacionados ao acompanhamento psicológico, especialmente em idosos que sofrem de doenças crônicas avançadas. Embora o ambiente domiciliar ofereça conforto, ele também pode intensificar sentimentos de isolamento em casos em que a interação social é limitada【9】. Assim, programas de atenção domiciliar devem incorporar estratégias de apoio psicológico para lidar com questões emocionais, além de garantir a interação social dos idosos.

Suporte aos Cuidadores Informais

Embora os cuidadores informais desempenhem um papel essencial no sucesso dos cuidados domiciliares, os estudos revisados revelam que eles frequentemente enfrentam sobrecarga física e emocional significativa. Em 50% dos estudos, essa sobrecarga foi associada à falta de preparo técnico e psicológico dos cuidadores para lidar com as demandas diárias de cuidado【10】【11】.

Cuidadores que receberam treinamento específico e suporte emocional apresentaram menos sinais de estresse e relataram uma maior confiança em suas habilidades para lidar com os cuidados dos idosos【12】. Isso demonstra a importância de incluir os cuidadores nos programas de atenção domiciliar, oferecendo-lhes recursos de capacitação e suporte contínuo.

Além disso, políticas públicas voltadas para o suporte aos cuidadores informais são fundamentais para garantir a sustentabilidade dos programas de cuidados domiciliares. Sem o suporte adequado, o esgotamento dos cuidadores pode comprometer a qualidade do atendimento e, consequentemente, a saúde dos idosos sob seus cuidados【13】.

Controle de Condições Crônicas

Os cuidados domiciliares se mostraram extremamente eficazes no controle de condições crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças respiratórias, com 80% dos estudos relatando melhorias significativas. O monitoramento contínuo e o ajuste regular das terapias reduziram a incidência de complicações graves e, consequentemente, a necessidade de internações hospitalares【14】.

O manejo eficiente das condições crônicas no ambiente domiciliar também está relacionado à adesão mais rigorosa ao tratamento. A proximidade constante com os cuidadores e a presença de profissionais de saúde facilitam o cumprimento das recomendações médicas, como o uso correto de medicamentos e a manutenção de hábitos de vida saudáveis【15】. Esse achado está em consonância com estudos que indicam que os idosos atendidos em casa apresentam uma adesão significativamente maior às terapias, em comparação com aqueles atendidos em unidades ambulatoriais【16】.

Entretanto, o sucesso dos cuidados domiciliares no controle de condições crônicas também depende de uma estrutura de suporte adequada. Programas mal estruturados ou com recursos limitados podem não ser capazes de proporcionar o acompanhamento necessário, o que compromete os resultados esperados【17】. Assim, é crucial que os programas de atenção domiciliar recebam investimentos em tecnologia e infraestrutura para garantir a continuidade e eficácia dos cuidados.

Implicações para a Prática Clínica e Políticas Públicas

Os resultados desta revisão destacam a necessidade de expandir e fortalecer os programas de cuidados domiciliares, tanto em termos de abrangência quanto de qualidade. Para que os benefícios relatados sejam maximizados, é essencial que esses programas sejam apoiados por políticas públicas que garantam o treinamento adequado de profissionais e cuidadores, além de fornecer suporte emocional e técnico aos envolvidos【18】.

Os cuidados domiciliares têm o potencial de não apenas melhorar a qualidade de vida dos idosos, mas também de reduzir a pressão sobre o sistema de saúde, ao prevenir hospitalizações e melhorar o manejo de doenças crônicas【19】. Assim, a implementação de estratégias que favoreçam a expansão desses serviços deve ser considerada uma prioridade nas políticas de saúde voltadas para o envelhecimento da população.

CONCLUSÃO

Os resultados desta revisão integrativa demonstram de forma clara que os cuidados domiciliares são uma estratégia eficaz para promover a saúde e o bem-estar dos idosos. As intervenções domiciliares têm mostrado impactos positivos significativos na redução de hospitalizações, na melhora da qualidade de vida, no controle de condições crônicas e no suporte aos cuidadores informais. A possibilidade de receber cuidados no ambiente familiar, com a presença de profissionais de saúde qualificados, proporciona um atendimento mais humanizado e adaptado às necessidades individuais dos idosos.

A redução de até 30% nas hospitalizações em programas de cuidados domiciliares reflete o sucesso dessas intervenções em evitar complicações graves e emergências. O monitoramento contínuo e o acompanhamento próximo por equipes de saúde permitem uma gestão eficaz das condições crônicas e o ajuste rápido das terapias, evitando internações desnecessárias.

A melhora na qualidade de vida, identificada em 85% dos estudos, é outro ponto central desta revisão. O cuidado no domicílio oferece uma abordagem mais personalizada, respeitando a autonomia dos idosos e fortalecendo o vínculo com seus familiares. No entanto, a sobrecarga enfrentada pelos cuidadores informais, relatada em 50% dos estudos, aponta para a necessidade de políticas públicas que ofereçam maior suporte técnico e emocional a esses cuidadores, assegurando a sustentabilidade dos cuidados.

O controle eficaz das condições crônicas, especialmente em casos de diabetes e hipertensão, ressalta o papel dos cuidados domiciliares na manutenção da saúde a longo prazo. A adesão ao tratamento é facilitada pela proximidade com os cuidadores e pelo monitoramento constante, o que contribui para a redução de complicações e hospitalizações.

Este estudo, conduzido pela equipe da LASAC CUIDADOS NO LAR LTDA, reforça a importância da expansão e fortalecimento dos programas de cuidados domiciliares no Brasil, especialmente diante do envelhecimento acelerado da população. Para maximizar os benefícios dos cuidados domiciliares, é essencial que haja um investimento contínuo na formação de profissionais, na infraestrutura tecnológica e no suporte aos cuidadores. Dessa forma, será possível garantir que os idosos tenham acesso a um envelhecimento digno e saudável, em um ambiente que promove sua qualidade de vida e bem-estar.

 

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